sexta-feira. 01.12.2023
Alto Tâmega

NOTÍCIAS ALTO TÂMEGA E BARROSO | Quem cala não consente!: Outdoors lembram para a importância da denúncia de casos de violência [com fotos]

Quem cala não consente!” faz parte da campanha de sensibilização contra a violência nas mulheres, promovida pelo Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica (GAVVD) do Alto Tâmega, “Um novo Começo”, da Delegação de Chaves da Cruz Vermelha Portuguesa, e está visível nos vários outdoors dos seis municípios da região. Esta campanha foi lançada a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, assinalado a 25 de novembro.

Joana Figueiredo, coordenadora do GAVVD do Alto Tâmega, explica que esta campanha pretende sensibilizar e incentivar as vítimas de violência doméstica e o público em geral a denunciarem casos de maus tratos.

 

Muitas vezes o facto de a vítima não pedir ajuda não quer dizer que consinta a violência e é importante que todos possamos ‘meter a colher’”, sublinhou a responsável.

A violência contra as mulheres é um crime público. A lei foi publicada há mais de duas décadas e desde então permite a qualquer pessoa denunciar às autoridades casos de violência doméstica.

Desde o início de janeiro que mais de 20 mulheres foram mortas em contexto de relações de intimidade.

 

GAVVD do Alto Tâmega promove workshop para funcionários públicos 

No mesmo dia em que foi lançada a campanha “Quem cala não consente!”, o mesmo gabinete de apoio à vítima promoveu o workshop Intervir na Violência Doméstica”, em conjunto com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e o ACES do Alto Tâmega e Barroso.

Este workshop visou “capacitar profissionais de saúde e técnicos do serviço de ação social dos municípios do território” no sentido de identificarem mais facilmente “sinais de violência doméstica e saberem que procedimentos adotar perante essas situações”, esclareceu Joana Figueiredo.

 

Uma das questões que foi abordada pela nossa jurista é a obrigação da denúncia enquanto funcionário público e que está legalmente previsto. Muitas vezes existe esse desconhecimento ou a forma como se deve atuar quando se tem contacto com uma situação de violência”, salientou.

Os casos de violência podem surgir ainda na infância, no meio familiar, ou na fase adulta, em contexto de matrimónio. Joana Figueiredo lembra ainda que a violência começa, por norma, na fase de namoro, contudo “as vítimas nem sempre estão despertas e conscientes para as formas de violência”, que podem ir desde o controlo, o ciúme e o sentimento de posse.

Apenas quando começam a emergir formas de violência física é que acabam por identificar o ciclo da violência”, frisou a coordenadora, acrescentando ainda que as vítimas de violência tendencialmente “acabam por permanecer na relação” por medo de represálias, dependência económica, vergonha e também pelos filhos.

 

Vinte anos: é o tempo que a vítima demora a fazer queixa do agressor

As vítimas de violência doméstica, em média, só ao fim de 15 a 20 anos é que decidem pedir ajuda e por termo à relação.

Há “vários fatores que justificam e nos ajudam a compreender este fenómeno, sendo o fator cultural um deles. Tendo em conta a cultura machista, o patriarcado, que vê a mulher como submissa, dependente, muitas vezes como um objeto até e sobretudo como alguém que tem de estar subjugada ao homem que é o detentor do poder e a autoridade no seio familiar. Isso perpétua a ideia de que o homem está acima da mulher e tem o direito de fazer dela aquilo que quiser”, referiu.

 

As vítimas de violência, segundo disse Joana Figueiredo, cada vez têm tido mais coragem em denunciar e em apresentar queixa crime contra o agressor junto das forças de segurança que encaminham as situações para a estrutura de apoio às vítimas de violência doméstica do Alto Tâmega.

A mesma presta vários apoios: social, jurídico, psicológico e até acolhimento em casas abrigo, nos casos urgentes em que é necessária uma saída imediata das vítimas da sua residência habitual.

A funcionar há dois anos na região, o GAVVD recebe em média dez casos por mês e acompanha cerca de 130 vítimas. Chaves é o concelho onde se verifica o maior número de situações. O apoio desta estrutura é gratuito, confidencial e as técnicas deslocam-se a todos os concelhos do Alto Tâmega e Barroso.

 

Presente na iniciativa, a vereadora da autarquia, Paula Chaves, destacou a importância destas ações para a sensibilização das pessoas em geral e recordou o trabalho que o município tem desenvolvido nesta temática.

A Câmara disponibiliza um gabinete de apoio, com técnicas da área da psicologia, que muitas vezes são as primeiras pessoas a quem as vítimas recorrem.

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