Foi inaugurada oficialmente esta tarde a XXV Feira Gastronómica do Porco de Boticas, que contou com a presença da secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira. Certame acontece até domingo no Pavilhão Multiusos, onde estão presentes meia centena de produtores de fumeiro.
Trata-se de uma "oportunidade para divulgar os produtos de excecional valor que este território tem, não fosse este Património Agrícola Mundial. Portanto, é mais uma razão para enaltecermos a qualidade enorme dos produtos que temos aqui nesta feira gastronómica", disse a secretária de Estado da Valorização do Interior esta tarde na abertura da mostra gastronómica de Boticas.
A fixação de pessoas na região, bem como a atração de empresas para o território é uma das preocupações do autarca botiquense. Boas acessibilidades assim como o desenvolvimento do Plano Ferroviário que integre o território são por isso fundamentais na opinião de Fernando Queiroga para que novos empresários se possam estabelecer no concelho.
Sobre esta temática, Isabel Ferreira salientou que no próximo conselho regional será apresentado pelo secretário de Estado das Infraestruturas o Plano Ferroviário, momento indicado para apresentar "as reivindicações do senhor presidente e também as questões rodoviárias", no âmbito do Programa Regional do Norte, do Portugal 2030.
Contudo, a governante manifestou a sua opinião, e concordando com o autarca, referiu que as acessibilidades "são um fator essencial de coesão" e uma mais-valia para atrair pessoas e empresas.
40 toneladas de fumeiro
A Feira Gastronómica do Porco acontece até domingo e no Pavilhão Multiusos espera-se que sejam adquiridos perto de 40 toneladas de fumeiro e enchidos.
Depois de dois anos de pandemia, onde as vendas de fumeiro e de outros produtos locais, como o mel, compotas, licores, pão, folar e artigos de artesanato, foram feitas de forma online foi com grande entusiasmo que os produtores regressaram à feira de forma presencial.
A venda dos produtos online foi a forma encontrada para "escoar os produtos desta gente que vive da terra", explicou o presidente da Câmara de Boticas.
Fernando Queiroga considera que a feira, promovida pelo município e a empresa intermunicipal Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB), não é apenas um local que gera dinâmicas de venda, mas tem também associada a degustação da gastronomia local no próprio recinto, desenvolvendo ainda dinâmicas nos setores da hotelaria e da restauração.
"O digital deu para desenrascar, mas não é a mesma coisa. É uma satisfação enorme voltarmos a ter a feira presencial, voltar a ter esta gente. Confesso que estou grato aos nossos produtores que são resilientes e acreditam nestes territórios. É por isso que nós reivindicamos, porque queremos sempre mais. Esta gente merece tudo e faz muito por estes territórios", sublinhou o autarca.
Todos os produtos expostos de fumeiro e enchidos têm garantia de qualidade, não só pela forma tradicional como são confecionados, mas também pela "qualidade do território", certificada pelo selo da FAO de Património Agrícola Mundial.
Concurso da Melhor Chouriça e do Melhor Salpicão
A XXV Feira Gastronómica do Porco retoma a realização do “Concurso de Melhor Chouriça e Melhor Salpicão”, uma iniciativa que permite distinguir os melhores exemplares de chouriça e de salpicão do certame, com o objetivo de reconhecer, valorizar e fomentar o fabrico artesanal de fumeiro e enchidos.
Os artigos entregues para competição são analisados ao pormenor por um júri que avalia, em prova cega, fatores diferenciadores como o aspeto, sabor, cor e cheiro de cada chouriça e salpicão.
O concurso permite aos produtores certificar a qualidade do fumeiro que produzem para a feira, recebendo em troca o respetivo diploma e troféu que orgulhosamente exibem nas suas bancas.
Animação da Feira
A componente cultural também é tida em conta em cada edição do evento e a esse propósito a XXV Feira do Porco prima, mais uma vez, pela animação dentro e fora do Pavilhão Multiusos de Boticas.
No interior do recinto, a música tradicional das concertinas e cavaquinhos dos grupos da musicais do concelho e da região.
Por sua vez, no exterior decorre a tradicional “Feira à Moda Antiga”, onde são apresentados inúmeros artefactos ligados às profissões de outrora (tanoaria, olaria, cestaria, peles, esculturas e instrumentos artesanais) e que ainda vão perdurando no tempo.
Como dita a tradição, o “chegódromo” é o centro das atenções para os milhares de aficionados das afamadas “Chegas de Bois”, uso secular ainda bem enraizado entre as gentes do Barroso.











































































