O Município de Chaves entregou esta tarde os prémios aos vencedores do concurso gastronómico do Festival do Bacalhau que aconteceu no fim de semana passado. O vice-presidente da autarquia deu nota positiva à primeira edição da iniciativa que será para repetir.
A concorrer estiveram perto de 40 restaurantes que colocaram para avaliação de um júri os seus melhores pratos. Por sua vez, os jurados tiveram em conta alguns critérios como os ingredientes incluídos na confeção, o sabor, a apresentação, a criatividade, bem como a inovação. Para a competição foram criados 75 pratos.
O vice-presidente da autarquia, Francisco Melo, aproveitou a ocasião para fazer um balanço da iniciativa que aconteceu em Chaves a propósito dos Fins de Semana Gastronómicos, promovido pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) em parceria com o município.
“Correu muito bem e a prova é que na entrega dos prémios está toda a gente satisfeita, significa que o júri fez um ótimo trabalho e que o concurso decorreu com toda a normalidade, tendo sido escolhidos os melhores pratos”.
O número dois da Câmara de Chaves lembrou que a cidade tem agora “uma panóplia” de imagens que colocam na “primeira linha” a restauração do concelho.
O bacalhau foi assim o rei ao longo de três dias em 60 restaurantes que aderiram ao festival e que serviram sobretudo os vizinhos da Galiza e também muitos flavienses.
Restauração em crescendo
“Nesse dia a maioria das pessoas escolheu pratos de bacalhau, o que não deixa de ser um elogio porque aqui toda a gente gosta de carne, mas o bacalhau foi rei nestes três dias”, salientou Francisco Melo, considerando que existe vontade da hotelaria e da restauração em trabalhar em rede e de se darem a conhecer, atraindo novos públicos.
Na opinião do vice-presidente da autarquia, a restauração em Chaves “está em crescendo”, apostando cada vez mais na qualidade e na exigência: “A coragem de participar num concurso é demonstrativo disso”, denota.
Em Chaves existem 140 espaços ligados ao setor da restauração e a ideia é que na edição do próximo ano do Festival Gastronómico do Bacalhau o número de participantes possa aumentar e que “Chaves venha a ser no Interior Norte um centro de excelência gastronómica reconhecida nacionalmente”.
Francisco Melo lembrou ainda que tem havido cada vez mais jovens a lançarem-se no mundo da restauração, com boa formação na área, sendo a Escola Profissional de Chaves (EPC) um excelente exemplo, que todos os anos forma dezenas de jovens neste setor.
O restaurante 83 Gastrobar conseguiu eleger dois pratos: um na categoria de “Prato Principal”, com a proposta “Via XVII” e outro na categoria “Inovação Gastronómica”, com o “Baocalhau à Brás”. Na opinião de Catarina Nascimento, chefe do restaurante, a iniciativa organizada pela autarquia traz visibilidade e dinamiza a cidade e lança ainda novos desafios aos restaurantes para que “saiam da caixa”.
Apenas com 16 lugares no seu interior e aberto desde janeiro, o 83 Gastrobar tem a particularidade de funcionar apenas da parte da tarde, abrindo por volta das 15h, com uma carta variada, onde é possível escolher petiscos ou pratos mais compostos.
Quanto ao concurso, esta flaviense conta que o “Via XVII” foi confecionado especialmente para o concurso gastronómico. Para a criação deste prato, revela, foi utilizada uma técnica muito diferente, ou seja, foi feito um rolo de bacalhau, com várias partes deste peixe, sendo panado em pó de algas e transformado depois em rolo. Por fim, o rolo foi cortado em “discos” para ser servido. A ideia é que este “taco de bacalhau” se assemelhe à Ponte Romana, monumento ex-libris da cidade, e ao lado do qual o restaurante se encontra localizado.
Chefes de cozinha dos restaurantes satisfeitos com o desafio
“É uma homenagem à cidade, a um monumento tão imponente”, destaca Catarina Nascimento que é chefe há 15 anos, contando já com uma vasta experiência na cozinha, tendo, inclusive, trabalhado num restaurante com três estrelas Michelin. Apesar disso, confessa que a mãe e a avó foram as suas verdadeiras mestres na culinária. Fica a dúvida se o “Via XVII” vai constar ou não da ementa do espaço, como a própria admitiu.
O público também foi fundamental no concurso porque teve a oportunidade de escolher o seu prato favorito. André Rodrigues tem apenas 19 anos mas já gere a cozinha do restaurante 3 Pimentas, juntamente com Natália Videira, como ninguém.
O “Bacalhau Espiritual na Broa” acabou por ser o mais votado via online. Este flaviense, que estuda Hotelaria em Lamego, confessa que foi tudo preparado manualmente para que o produto final garantisse o sabor mais original possível.
Já o prato principal “Bacalhau confitado, feijão branco e camarão” do restaurante Míscaro em Redondelo, foi o eleito do júri que escolheu ainda, na categoria “Inovação Gastronómica”, a “Coca de Bacalhau em massa de folar”.
O chefe deste restaurante, Mário Neichel disse estar muito satisfeito e que vai continuar a trabalhar “para ter sempre o melhor” para os seus clientes.
Quando surgiu a oportunidade de participar no concurso este catalão diz que não pensou duas vezes: “Já cozinhamos bacalhau no restaurante e o outro foi uma criação nova”.
De referir que na categoria “Prato Principal” e “Inovação Gastronómica” verificou-se um empate, sendo o prémio repartido em partes iguais pelos vencedores de cada categoria, neste caso pelos restaurantes 83 Gastrobar e Míscaro.
Ainda no concurso, o vencedor da categoria “Entrada” foi o restaurante Testarossa, com o prato “Rissol de Bacalhau”, elaborado pelo chefe Ilídio Vaz.
Foi distinguido na categoria “Jovem Talento” o restaurante Tayio Sushi Club, com o prato “Freestyle de Bacalhau”, apresentação do chefe Gloire Mkelelwa.




























