O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, acompanhado pelo vereador da área do Ambiente, Nuno Coelho Chaves, realizaram hoje uma visita pela zona ribeirinha da cidade onde estão a ser efetuados vários trabalhos de limpeza nas margens do rio Tâmega.
A intervenção, que decorre numa extensão de aproximadamente dois quilómetros, contempla a remoção e corte de árvores secas, poda de árvores e arbustos e a limpeza e lavagem de muros na margem do rio.
O autarca flaviense disse que a ação pretende dar “uma perspetiva mais interessante” da zona para que as pessoas possam, ao mesmo tempo que fazem aquele circuito pedonal urbano, apreciar as margens do rio e alguma fauna existente.
Esta intervenção está a ser realizada pelos funcionários do município, pelos sapadores florestais, tendo ainda o contributo dos Bombeiros Voluntários Flavienses (BVF) e da União de Freguesias da Madalena e Samaiões.
“Eu diria que é uma intervenção da comunidade para a comunidade”, salientou Nuno Vaz, acrescentando que o objetivo é que “estas ações possam ter continuidade para o futuro”.
Os trabalhos estão a ser realizados a jusante da Ponte Romana até à ponte dos Agapitos
Nuno Vaz referiu ainda que é sua intenção “convocar para este processo outras entidades”, como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Ministério da Agricultura e a Associação de Regantes, para que possam ser realizadas intervenções de maior relevância, com “algum financiamento europeu”.
Nuno Vaz acredita que a intervenção que está a ser feita nas margens do rio Tâmega é o “princípio de um caminho” para cuidar dos valores naturais.
O presidente da Câmara de Chaves lembrou também que só é possível ter um rio limpo e saudável se todos contribuirmos numa “relação de compromisso coletivo”.
“Se tivermos essa atitude de responsabilidade podemos também nós exigir mais das entidades públicas e é nessa relação de compromisso coletivo que poderemos garantir que o rio não só está saudável em termos de qualidade da água, tem a quantidade de caudal que nós todos desejamos e tem igualmente um aspeto tratado e cuidado”.
Nuno Vaz considera que os flavienses estão mais voltados para o rio e por isso estão mais exigentes. A zona envolvente do rio Tâmega é utilizada por milhares de pessoas, sobretudo nos dias mais quentes, para atividade física ou lazer.
Eurocidade Chaves-Verin comprometida na sua requalificação
Os municípios de Chaves e Verin, através da Eurocidade, desenvolveram um Plano Estratégico 2030 onde um dos pontos inscritos está relacionado com o rio Tâmega.
“O rio vai ser o elemento estruturante para a intervenção da Eurocidade, seja na dimensão ambiental, turística, paisagística, etnográfica ou natural. Temos pensado para o rio uma intervenção importante, que demorará se calhar duas décadas, mas na verdade é que o rio precisa”, salientou.
O dirigente revelou que serão realizados estudos hidrológicos para conhecer melhor o rio, como “o rio se comporta, porque tem este caudal, quais as zonas de recargar, estudos técnicos que permitam conhecer melhor o comportamento do rio”.
Depois, em articulação com as entidades referidas anteriormente, mas também com a Confederación Hidrográfica del Duero, o concelho de Verin e outros concelhos ribeirinhos do rio, nomeadamente do lado espanhol, serão ainda realizados estudos para que sejam conhecidas as causas de contaminação do rio e possam ser realizadas ações de intervenção mais profundas, exigindo de todos um compromisso, especialmente ao nível dos agricultores, dos produtores pecuários e dos cidadãos em geral para que não poluam o rio e que deixe também de ser zona de aterro de resíduos, por exemplo, da construção civil.
Futuramente, o objetivo passa por “construir projetos sobre o rio”, que na opinião de Nuno Vaz vai permitir aliar à ciclovia já existente, que irá ligar Verin a Santa Marta de Penaguião, a criação de atividades lúdicas, desportivas e recreativas, proporcionando a criação ainda de outros projetos turísticos e incrementando a relação das pessoas com o rio, uma relação “que se quer simbiótica e próxima”.
