Começaram esta tarde a chegar à cidade centenas de aficionados pelos veículos de duas rodas para participar na 19ª Concentração Motard de Chaves.
A edição deste ano conta com um novo espaço, junto ao Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (MACNA), um local mais amplo e que permite receber ainda mais pessoas. Depois de dois anos sem se poder realizar o maior evento motorizado da cidade, a febre pelo convívio motard é muita, esperando-se que a edição possa bater todos os recordes de participantes.
Eva Lopes chegou à cidade às 15h. Em cima da sua mota fez 165 quilómetros e escolheu a estrada nacional 103 para aproveitar as paisagens desde Barcelos. É a primeira vez que vem até Chaves e a ideia é aproveitar os três dias de concentração: “Falaram-me que esta concentração é incrível, que vinha muita gente de Espanha, e até agora já falei com pessoas portuguesas, espanholas, inglesas, e está a ser brutal. O ambiente está brutal”, referiu.
Como todos os motards, Eva não consegue explicar a paixão que tem pelas duas rodas: “É este espírito. Parece que estamos em família sem nos conhecermos de lado nenhum. É muito bom”, salientou.
Convívio
Vindo de Penafiel até Chaves, veio o Sr. Fiscal numa Famel K50. Ao todo fez 130 quilómetros para participar naquela que considera ser uma das melhores concentrações motard do país, sendo por isso presença assídua neste evento que o atrai sobretudo pelo convívio com as pessoas “mais antigas”, mas os mais jovens também são bem-vindos.
“A primeira concentração foi no castelo, a segunda voltou a ser lá e depois é que foi para o rio. O novo local é melhor pelo espaço do acampamento e também o ambiente é mais moderno”, destacou este penafielense do Clube Motard Duas Igrejas de Penafiel, garantindo ainda que até domingo à tarde pretende apenas “beber sete ou oito cervejas, comer uma sandes de queijo e outra de fiambre”.
Sócio número um
Neste primeiro dia de concentração, encontramos o sócio número um do Clube Motard de Chaves, Eugénio Moreira, e um dos fundadores desta casa juntamente com Filipe Carvalhal, atual presidente do clube, e a sua esposa (sócios número dois e três).
“Eu percorria todas as concentrações de Portugal e Espanha, ia a todos os moto GP e por isso eles entenderam que devíamos ter na cidade um moto clube”, lembrou Eugénio Moreira.
O Clube Motard de Chaves viria a nascer numa casa no Caneiro onde foram instaladas “mesas, cadeiras, televisão e um frigorífico” para iniciar a atividade. Eugénio Moreira, que já “teve motas de todas as marcas”, considera que hoje em dia há cada vez mais motards.
Para este fim de semana, o desejo é que “seja de caixão à cova” uma vez que há dois anos que a iniciativa não é realizada.
“O pessoal vai aparecer em força. À sexta-feira não costumava a ver tanta gente e como vê não param de chegar pessoas”, atirou.
Mais de 300 inscritos em duas horas
No ano em que o Clube Motard de Chaves celebra 20 anos de existência, o presidente do Clube Motard de Chaves, Filipe Carvalhal, contou que a afluência desta sexta-feira tem sido muito boa, com muitos espanhóis, holandeses e ingleses.
“Está a ser muito bom. Já ultrapassamos as 300 inscrições (duas horas depois da abertura) e grande parte é público internacional”, mas também são esperados muitos de Faro, Lisboa, Cartaxo e de outras partes do país que “tiraram férias para vir passar o fim de semana a Chaves”.
Uma das preocupações de Filipe Carvalhal é que a concentração seja sempre realizada no centro da cidade para permitir que as pessoas visitem a cidade, os principais monumentos e possam ainda desfrutar da gastronomia local.
Este responsável explicou que a mudança do espaço “vem resolver muitos temas, como o estacionamento, a largura do acampamento e a parte das lojas”. O único senão é a “falta de sombra”.
“Tivemos de investir em tendas gigantes para colmatar essa situação. Penso que para o ano podemos fazer uma parceria entre as freguesias: continuar a fazer aqui a zona de concertos e a zona de acampamento do outro lado. Seria necessário apenas criar uma ponde pedonal, nem que fosse só para o evento”.
Para os três dias são esperados 1.000 pessoas, uma vez que as edições anteriores já trouxeram até à cidade um número de participantes muito próximo do milhar.
“Corremos o risco de chegarmos amanhã ao meio dia e estarmos completamente com lotação esgotada. Também mais do que isso não queríamos porque iria pôr tudo em causa. Somos uma concentração que quer crescer aos poucos, não temos a ambição de ter aqui 2.000 pessoas e de não sabermos o que fazer com elas. É um passo de cada vez”, sublinhou. Contudo, sábado esperam ter 3.000 pessoas dentro do recinto.
O amor pela cidade é o que motiva este dirigente a trabalhar o ano inteiro para que não falhe nada nesta concentração, que é um dos maiores eventos realizados na cidade.
“Nós gostamos muito de Chaves. Andarmos com um logótipo nas costas que diz Chaves é muito importante e trazermos a nossa família aqui é algo ainda maior”.
O programa é composto por vários concertos protagonizados por bandas locais, pela banda residente “Segundo Toque” e ainda os “Lokapala,” que marcam presença nesta concentração há 20 anos. Haverá música reggae, rock, shows eróticos, lavagens das motas, o lanche do presunto, entre outros.
“Vamos tentar fazer uma grande festa que é aquilo que temos acostumado. Até agora tem corrido bem e a razão de serem mais e de virem de mais longe é porque efetivamente é divulgada pelos bons motivos. Com ajuda de toda agente, sócios, câmara, freguesias temos conseguido caminhar no bom sentido”, rematou Filipe Carvalhal.