A Casa do Guardião é o novo espaço de alojamento local que se distingue dos restantes da cidade por ter características únicas, que alia a modernidade à tradição, situado numa das zonas mais nobres da cidade, junto à ponte de Trajano (Romana), com uma vista sobre o rio Tâmega de cortar a respiração.
Composto por mais de uma dezena de apartamentos divididos por três pisos, incluindo nove de tipologia T1 e dois T2, o novo espaço de alojamento local nasce com o objetivo de melhorar a oferta hoteleira em Chaves, num edifício recuperado, que pretende proporcionar aos visitantes uma experiência diferente.
Liliana Barros, uma das responsáveis pela requalificação do edifício na Madalena, explica que este tipo de alojamento é destinado a pessoas que apostam sobretudo no conforto e na comodidade. Os apartamentos estão naturalmente decorados e onde as raízes flavienses não foram esquecidas.
“É um espaço totalmente diferente ao nível da hotelaria em Chaves. Na decoração tentamos recuar aos anos da pré-existência deste edifício e tentamos fazer o melhor que conseguimos”, sublinhou Liliana Barros no sábado, dia da inauguração da Casa do Guardião.
Cada apartamento possui um ou dois quartos, casa de banho, sala de estar e uma cozinha totalmente equipada para que os clientes, caso queiram, possam preparar refeições ou até mesmo realizar tarefas de lavandaria.
Vistas sobre o rio Tâmega fazem deste espaço um lugar ainda mais apetecido
A Casa do Guardião é um edifico com “muitos elementos arquitetónicos” que deixam a descoberto a história daquele local, que se cruza com a História da cidade e com “as vivências” de um povo. João Ribeiro foi o responsável pelos trabalhos arqueológicos e através dos estudos foi possível perceber que o “edifício sofreu várias alterações” desde a sua construção que deverá remontar ao século XVII.
Durante os trabalhos arqueológicos, que duraram cerca de um mês, foram encontrados vários achados, nomeadamente as pedras do adro da Igreja de Santa Maria Madalena.
“Entre a ponte Romana e este edifício haveria uma rua, que foi descoberta durante as escavações, esta infraestrutura era um pouco mais deslocada, não se encontrando por isso encostada à ponte. Com o passar dos anos, o edifício consegue ‘absorver’ essa rua, assim como algumas casas que o rodeiam, tornando-se num único edifício que acaba por ir para cima do adro da Igreja de Santa Maria Madalena”, refere João Ribeiro.
Todos esses elementos arquitetónicos, como as próprias paredes “em faixa de rodízio” , as varandas que circundam toda a Casa, foram integrados no alojamento local para que os visitantes possam levar um pouco da história local.
Chegar à Casa do Guardião é muito fácil: basta percorrer a ponte de Trajano em direção à freguesia da Madalena, e no final da ponte, o maior ex-libris flaviense, é o primeiro prédio do lado direito. As reservas podem ser feitas via online onde é facultado um código que dá acesso ao apartamento escolhido e a sugestões do que visitar no concelho.
Paragem obrigatória
Júlio Costa, promotor da inauguração da Casa do Guardião, empresário e operador turístico na “Ideias Essenciais Eventos”, salienta a “classe” do edifício e a sua “localização” como aspetos muito convidativos para os turistas, com grande destaque para a paisagem envolvente e as vistas sobre o Castelo e rio Tâmega que permitem desfrutar de um pôr-do-sol deslumbrante.
A Casa do Guardião “tem todos os condimentos para que quem nos visita fique bem instalado e possa igualmente vivenciar toda a história desta casa”, sublinha Júlio Costa, sendo por isso “uma passagem obrigatória”.
“Turisticamente a nossa cidade é lindíssima. Quem nos visita leva Chaves no coração, esse é o nosso lema, com monumentos, alojamentos e restauração fantásticos”, realça.
A empresa de Júlio Costa oferece 22 tours, a pé, em jipes, carrinhas ou em trotinetas elétricas, pela região do Alto Tâmega e pela Eurocidade. O responsável conta que os turistas que procuram Chaves pedem sobretudo “um produto diferente”, onde o acompanhamento por parte dos operadores turístico se torna imprescindível.
Presente na inauguração deste alojamento local, o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, considera que o novo espaço vem complementar a já tão diversificada oferta turística e de “enorme qualidade” existente no concelho.
Requalificação arquitetónica deverá ser referência
“Estamos ainda a falar da reabilitação de um edifício singular, excecional pela arquitetura, mas também pela circunstância de estar adoçado à ponte Romana”, notou Nuno Vaz, referindo os vários detalhes que foram tidos em consideração durante o processo de requalificação e que deverá “ser um referencial de requalificação para as muitas requalificações que estão a acontecer ou que venham a acontecer”.
O autarca flaviense aproveitou para felicitar o proprietário da Casa do Guardião que “tem mostrado que é possível fazer intervenções de requalificação públicas de qualidade, com muito potencial turístico e com expectativa de sucesso muito grande”.
O município tem várias medidas de incentivo à requalificação urbana do núcleo histórico da cidade, nomeadamente ao nível fiscal (IMT e IMI), ao nível da construção com redução do IVA a 6% e taxas municipais.
Embora 2020 e 2021 tenham sido anos de grandes dificuldades para o setor do Turismo devido ao aparecimento da pandemia, o presidente da Câmara de Chaves acredita que o concelho está no caminho que vinha a evidenciar em 2019, sendo que, atualmente, o “sentimento que se respira ao nível do Turismo é de grande entusiasmo”.
A Casa do Guardião é um investimento do valpacense Hermínio do Fundo, o mesmo proprietário do Castelo Hotel.
