Está oficialmente aberta a Feira da Castanha Judia na vila de Carrazedo de Montenegro, certame que completa este ano o 25.º aniversário.
Durante a abertura do evento, o presidente da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro, António Costa, salientou a qualidade da castanha produzida na freguesia, que este ano teve uma quebra de produção entre os 30 e os 40% devido à escassez de água.
O autarca aproveitou a ocasião para agradecer aos funcionários do município e da junta de freguesia pela organização de mais um certame e sugeriu a criação de um novo espaço para a realização do mesmo.
António Costa disse ainda que foram feitas grandes obras, com o apoio do município, nos últimos anos e que pretende continuar a evoluir a vila até ao fim do seu terceiro e último mandato.
O presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, destacou a importância da realização deste evento para a promoção da região mas também para dar a conhecer “a melhor castanha do país”.
Criação de empresas de transformação da castanha é a aposta
O autarca lembrou ainda que tem sido realizado um grande esforço no desenvolvimento da agroindústria com a criação de empresas de transformação da castanha no concelho que geram “melhor receita” e que criam vários postos de trabalho.
“Acabamos de concluir uma zona industrial com 32 lotes, com todas as infraestruturas necessárias para que empreendedores possam instalar-se em Carrazedo de Montenegro. Esperemos que as pessoas possam corresponder, até porque o exemplo que temos das duas unidades transformadoras instaladas no concelho demonstram bem o lucro que as mesmas geram com a transformação da castanha”, referiu.
A castanha judia representa mais de 90% da produção de castanha no concelho, sendo importados vários produtos derivados deste fruto de outono.
Durante este fim de semana, no Pavilhão da Rota da Castanha, os visitantes terão a oportunidade de degustar vários produtos confecionados com castanha, uma aposta da organização que contará com o apoio das panificadoras, responsáveis pela produção dessas iguarias, e que promete fazer as delícias dos paladares mais arrojados.
Paralelamente, a animação será uma constante: serão promovidos os tradicionais magustos, será ainda confecionado um bolo de castanha de 600 quilos e promovido um concurso de castanha. O recinto contará com 80 expositores, onde estarão à venda produtos endógenos como a castanha, o vinho, o mel, o azeite e também o folar. No último dia de feira, estará presente o programa “Aqui Portugal” da RTP que transmitirá o ambiente festivo do certame.
Projeto pioneiro no país de regadio vai servir 1.200 hectares de terreno agrícola
Em simultâneo, na plataforma digital (folarvalpacos.pt) é possível adquirir os produtos valpacenses, com destaque nesta época do ano para a castanha.
Durante a abertura oficial do certame, Amílcar Almeida mostrou-se ainda preocupado com a escassez de água verificada sobretudo neste verão que colocou em causa algumas culturas agrícolas e que dificultou o combate às chamas pelos bombeiros, destruindo várias culturas e floresta.
“Os meios aéreos que aqui se deslocaram tinham que ir buscar água à barragem dos Pisões e à barragem do Azibo, perdendo tempo, quando nós temos tanta água neste concelho”, notou.
A Câmara de Valpaços tem desenvolvido esforços junto do Ministério da Agricultura e outras entidades para resolver o problema. De acordo com o presidente da autarquia, está a ser desenvolvido “um projeto emblemático” e pioneiro, que ficará situado entre os concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, que tem em conta um curso de água que poderá por gravidade servir de regadio a 1.200 hectares de culturas agrícolas.
“A produtividade aumentará e os custos serão menores para os nossos agricultores. O projeto está a ser apreciado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Esperamos que efetivamente o Estudo de Impacte Ambiental possa merecer avaliação positiva”, explicou Amílcar Almeida, revelando que a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte já demonstrou o seu interesse em ser parceira no desenvolvimento do projeto.
“Se o setor agrícola deixar de constituir a riqueza deste concelho, é convidarem-nos a abandonar o território. É coisa que nós não queremos. Estão aqui enraizadas as nossas raízes, mas acima de tudo a riqueza do nosso setor, em que nos orgulhamos em apresentar um naipe de produtos como nenhum outro concelho a nível nacional: desde os vinhos, aos azeites, às maçãs, às castanhas, aos mirtilos, uma série de produtos que fazem as delícias de quem nos visita”, rematou Amílcar Almeida.
A organização da Feira da Castanha Judia de Carrazedo de Montenegro é da responsabilidade da Junta de Freguesia, município de Valpaços e empresa Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB).













































































