
O Sindicato dos Enfermeiros – SE manifestou hoje ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes (CHTMAD) a insatisfação com o facto de o processo de avaliação nas unidades deste Centro Hospitalar ainda não estar concluído.
“É uma situação que está a gerar muita contestação dos enfermeiros e que, no limite, vai contribuir para que muitos abandonem o CHTMAD”, assegura o presidente do SE, Pedro Costa.
O dirigente do Sindicato lamenta ainda que “a administração não siga o exemplo de outros hospitais, concluindo o processo de avaliação, com as respetivas repercussões na carreira de enfermagem, em vez de ficar a aguardar o aval da tutela”.
Na reunião mantida esta manhã com a administração do Centro Hospitalar, com sede em Vila Real, Pedro Costa sublinhou a injustiça de que têm sido alvo inúmeros enfermeiros desta unidade.
“Há colegas que estão sem ser avaliados desde 2004, com as respetivas consequências para a falta de progressão na carreira, e, por causa disso, estão a ganhar hoje o mesmo que há quase 20 anos e, pior ainda, a ganhar o mesmo que o enfermeiro que hoje entre na carreira”, sustenta o presidente do SE.
“A valorização do Serviço Nacional de Saúde só será possível com a valorização dos recursos humanos e, mais concretamente, dos enfermeiros portugueses”, assevera o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE.
Pedro Costa lamenta a postura da administração hospitalar, que se escuda na falta de aprovação do Ministério da Saúde. No Programa do XXIII Governo Constitucional, recorda Pedro Costa, “foi dado às instituições o poder de realizar as avaliações de desempenho, com as respetivas consequências em termos de progressão na carreira e em termos salariais, algo que tem vindo a ser seguido por diversas administrações hospitalares”.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE lançou, por isso, o desafio à administração do CHTMAD para que leve a reunião de Conselho de Administração a conclusão das avaliações de desempenho e, posteriormente, proceda à aplicação dos efeitos das mesmas na progressão na carreira.
“Caso contrário, o que teremos é enfermeiros cada vez mais desmotivados e, em muitos casos, a procurarem deixar este Centro Hospitalar”, frisa.
No limite, admite Pedro Costa, “é o próprio atendimento aos utentes que pode ser posto em causa por falta de ação da administração hospitalar”.