
Carlota Amorim voltou, pela terceira vez, a ser eleita presidente de Mesa da Assembleia Distrital do Parlamento dos Jovens do ensino secundário.
Já no 12º ano de escolaridade na Escola Secundária Fernão de Magalhães, Carlota Amorim foi reeleita pelos seus pares para representar o distrito de Vila Real na Assembleia da República, em Lisboa.
A eleição contou com seis candidatos, jovens deputados com grande potencial e que, segundo a estudante flaviense, apresentaram ao longo de todo o processo um pensamento e uma opinião sobre as problemáticas atuais muito semelhantes às suas.
Carlota Amorim conta que este projeto a fez evoluir muito enquanto pessoa e que a tornou uma cidadã mais ativa.
“O Parlamento ensinou-me que devemos acreditar nas nossas capacidades porque só assim as vamos conseguir pôr em prática e por conseguinte fazermos mais e sermos melhores”, sublinha.
Defender o bem comum
O seu sentido crítico aliado ao poder argumentativo que foi desenvolvendo ao longo dos anos em vários concursos de oratória e até mesmo em workshops, associado ao interesse por áreas como a política e a sociedade, fizeram com que esta aluna voltasse a concorrer pela terceira e última vez ao Parlamento dos Jovens, uma vez que no próximo ano letivo prevê frequentar o curso de medicina no ensino superior.
A jovem flaviense reconhece que a sua participação no concurso nacional, destinado aos estudantes do ensino básico e secundário de todas as escolas do país, a fez melhorar e adquirir diversas aptidões “para gerir, organizar e moderar situações que envolvam um maior número de pessoas”.
Depois da sessão distrital, Carlota vai novamente concorrer a nível nacional, esperando conseguir ser eleita pela primeira vez nesta fase e representar o ciclo de Vila Real na Assembleia da República.
“No ano passado concorri mas acabaram por ser os jovens dos mesmos distritos a serem eleitos. Foi injusto”, refere a estudante, lembrando que o importante neste concurso é conseguir defender os princípios e convicções de cada um no sentido de melhorar as condições de vida e proporcionar um país mais coeso.
“Fico triste por me aperceber de que os jovens começam a praticar uma espécie de concorrência entre si, ou seja, acabam por não votar naquelas pessoas que se calhar até têm mais aptidão porque sentem que são um concorrente ou um adversário, quando na realidade isso não deveria ser assim. Todos nós estamos ali com o mesmo princípio, defender o bem comum e eu acho que esse é o verdadeiro objetivo da política”, apontou.
Lutar por quem não tem os mesmos direitos
Carlota considera ainda que os jovens estão cada vez mais distanciados da política e sobre “o papel que podem desempenhar na sociedade”. Na sua opinião, deveriam envolver-se mais e dar mais valor e até serem mais gratos por aquilo que têm.
“Quando agradecemos aquilo que temos percebemos que nem toda a gente tem as mesmas oportunidades e os mesmos direitos, e esses são também alguns dos motivos que me fazem envolver nestes projetos, em causas sociais e ativistas. Eu sei que tenho voz, mas é preciso defendê-la e lutar por quem injustamente não tem os mesmos direitos que eu”, atira.
O Parlamento dos Jovens divide-se em três fases. Na primeira fase os alunos são convidados a fazer uma pequena apresentação e a defender a sua candidatura. Posteriormente o seu poder oratório, dicção e à vontade em público, é colocado à prova, assim como alguns dos seus conhecimentos sobre o regimento do programa relativo ao concurso. No final, cabe aos próprios colegas escolherem o presidente, o vice-presidente e o secretário da Mesa da Assembleia.
Presidente do Interact Club de Chaves, onde tem participado em vários projetos de ajuda internacional em áreas como a saúde, e em outras iniciativas de apoio junto da comunidade local, esta aluna brilhante foi convidada recentemente para integrar a estrutura política da Juventude Social Democrata (JSD).
A jovem flaviense aproveita para agradecer o apoio dos seus familiares e da docente de Português Manuela Tender, que sempre a ajudou e incentivou a desenvolver as suas capacidades de comunicação e pensamento crítico.