segunda-feira. 02.10.2023
Manuel Silva é proprietário do Salão Paris, em Chaves.
Manuel Silva é proprietário do Salão Paris, em Chaves.

Tem sido um ano de sonho para o barbeiro do Salão Paris Manuel Silva, que depois de ter formado a equipa de barbeiros do Alto Tâmega, que valeram vários prémios para região no concurso nacional de Cabeleireiro CACCP 2022, agora foi a vez do próprio flaviense conquistar o Prémio Popular dos Globos de Moda Awards 2022 na Categoria Barbeiro do Ano.

Este prémio contou com a votação do público no Facebook da Mpproduções Amade, o que garantiu a ao barbeiro flaviense 644 votos, mais de 500 votos comparativamente ao segundo classificado. Esta é a segunda vez consecutiva que Manuel Silva é eleito pelo público como Barbeiro do Ano.

Vencer mais uma vez este prémio é para Manuel Silva uma honra pois considera que se trata do reconhecimento do seu trabalho por parte do público em geral.

Também dou esta vitória a todas as pessoas que votaram em mim. É gratificante ver que as pessoas gostam do meu trabalho, não só daquele que levo aos concursos mas também daquilo que eu faço na minha cidade”, disse o flaviense. A votar neste barbeiro estiveram portugueses de Norte a Sul do país e também do estrangeiro.

Manuel Silva tem conquistado vários prémios ao longo da sua carreira, mas estar no topo não significa parar: “Não, isso quer dizer que ainda temos que nos dedicar mais para continuar lá em cima”, afirma.

O concelho de Chaves e a região voltam a estar no mapa dos eventos nacionais, neste caso da Moda, uma situação que enche de orgulho este flaviense.

Esse foi, aliás, sempre um dos meus objetivos: levar o nome da minha terra para fazer ver que também temos aqui pessoas com enorme talento e muita qualidade”, sublinhou.

A cerimónia de entrega de prémios vai ser realizada em setembro, em Lisboa.

Se a festa da aldeia morre, a nossa Cultura morre igual também

Mas não é só pelo seu trabalho e pelas suas conquistas que este barbeiro transmontano é conhecido. Também é reconhecido pelo o seu espírito de solidariedade e ajuda ao próximo.Corta o cabelo com o campeão nacional e ajuda a tua festa” foi o nome da iniciativa que “mimou” os habitantes de Loivos e ao mesmo tempo ajudou a angariar fundos para a festa da aldeia.

Depois de não haver ninguém que integrasse a Comissão de Festas de Loivos, a Junta de Freguesia de Loivos e Póvoa de Agrações decidiu ser ela a promover a festa para não deixar morrer este que é um dos momentos mais importantes de partilha e convívio entre a população.

Equipa de barbeiros que esteve em Loivos a cortar cabelos e angariar funcos para a festa da aldeia.
Equipa de barbeiros que esteve em Loivos a cortar cabelos e a angariar fundos para a festa da aldeia.

 

Manuel Silva juntou-se ao desafio e daí surgiu a ideia de “oferecer um mimo” ao “pessoalda sua terra, levando a sua atividade profissional até à sede da Banda Musical de Loivos com o objetivo de cortar cabelos e de pôr ainda mais “janotas” os habitantes daquela aldeia.

“Queria levar alegria, ao mesmo tempo, queria que as pessoas convivessem, saíssem de casa. Por isso, decidimos dar um novo visual aos homens da aldeia para irem todos bonitos à festa. Promovemos três dias de convívio, das 20h30 às 23h30. Acho que as pessoas ainda estão um pouco fechadas depois da covid-19. Há muitas delas que perderam o hábito de ir ao barbeiro, pois as mulheres passaram a cortar o cabelo aos homens”.

Além de Manuel Silva, “Corta o cabelo com o campeão nacional e ajuda a tua festa” contou com Cátia Morais e Leandro Santos e ainda com o apoio de Diogo Silveira.

Aqui cada pessoa dava o que queria para a festa, e nenhum dos barbeiros recebeu qualquer dinheiro. A iniciativa ajudou ainda a garantir algumas receitas para a Banda Musical de Loivos que emprestou o local para os cortes de cabelo.

O mais gratificante foi ver as pessoas de idade que já não via há muitos anos, abraçarmo-nos, a falar do antigamente. Víamos a felicidade deles, não só de se porem bonitos, mas também de estarem ali a conviverem. Foi muito gratificante”, salientou o responsável.

Manuel Silva explicou ainda que é importante que as festas da aldeia continuem vivas pois fazem parte da Cultura, da História e das Tradições portuguesas: “Se a festa da aldeia morre, a nossa Cultura morre igual também”.

Muitas vezes a única vez que as pessoas se juntam ou se veem é no dia da festa da aldeia. Se esta morre, há pessoas que nunca mais se veem”, acrescentou.

Este flaviense conta ainda que já não via há mais de 15 anos, embora vivam a 15 quilómetros de distância, algumas pessoas de quando era criança e brincava na aldeia de Loivos: “As pessoas antigamente juntavam-se mais. Hoje em dia com o trabalho e também com a pandemia o convívio morreu um pouco”. No total estes barbeiros cortaram o cabelo a mais de 60 pessoas.

NOTÍCIAS CHAVES | Manuel Silva é o Barbeiro do Ano pela segunda vez