O presidente da Junta de Freguesia de Ervededo anunciou ontem, em reunião ordinária da Assembleia de Freguesias, que as ações de limpeza nas habitações e ruas afetadas pelo incêndio que deflagrou a 16 de julho na Torre de Ervededo vão ter início na próxima semana.
Dia 16 de julho deveria ter sido dia de festa na Torre de Ervededo, em honra do padroeiro. Contudo, as chamas que deflagram na aldeia transformaram aquele dia num dos piores de que há memória entre os residentes da freguesia.
O incêndio, que lavrou toda a noite, foi combatido por vários operacionais e pelos populares que não abandonaram a aldeia. O fogo destruiu 17 casas, na sua maioria devolutas, e perto de 523 hectares de terreno.
Mais de dois meses depois ainda são visíveis as consequências desse grande incêndio, com um manto negro a cobrir a paisagem e algumas ruas intransitáveis por perigo de queda de destroços provenientes das habitações que ainda não foram alvo de limpeza por parte dos proprietários.
O presidente da Junta de Freguesia de Ervededo, André Silveira, revelou que tem sido confrontado de que deveria ser a junta de freguesia a levar a cabo as ações de remoção dos destroços das habitações que arderam. André Silveira lembrou que não cabe à junta de freguesia realizar esse trabalho, mas sim aos proprietários afetados.
Processo irá demorar meses
Porém, e uma vez que passados dois meses ainda nada foi feito, e por haver perigo de derrocada dessas casas, a Proteção Civil Municipal em colaboração com a junta de freguesia vão avançar com a remoção dos destroços das casas que arderam e depois com a limpeza das vias.
“A Câmara Municipal assumiu essa responsabilidade, sobrepondo-se aos proprietários, e com a colaboração da junta de freguesia serão removidos os escombros e as casas serão intervencionadas para que não hajam derrocadas”, sublinhou.
O responsável salientou ainda que o processo será “muito complicado” e que poderá levar meses e lamentou que “algumas pessoas não deixem” que algumas vias sejam alargadas.
Relativamente às florestas e baldios consumidos pelas chamas, André Silveira avisou também que a responsabilidade pela sua limpeza é dos seus proprietários e da comissão de baldios.
Nesta Assembleia de Freguesias o autarca aconselhou ainda as pessoas afetadas a reportarem os prejuízos na Guarda Nacional Republicana (GNR) uma vez que existe um suspeito de ter provocado o incêndio. Recorda-se que os vários incêndios que fustigaram o concelho de Chaves tiveram início na A24, na zona de Bustelo, devido ao rebentamento de um pneu de um camião.
O presidente da Junta de Freguesia de Ervededo lamentou ainda que poucas pessoas comparecessem na reunião ordinária que se realizou na antiga escola primária da Torre, edifício restaurado pelo atual executivo onde são realizadas várias iniciativas.
