Este setembro estival com noites outonais põe-me o corpo em petição de miséria ou uso roupa de inverno ou à tarde sinto-me quase um animal bizarro tal a discrepância relativa aos restantes mortais se não bastasse a esquizofrenia climática há a acrescentar a obsessão maníaco-depressiva de um Putin que insiste em anexar o que perdeu no terreno de batalha creia que se aqui há uns anos me dissessem que em pleno século XXI andaríamos às voltas com a esquizofrenia deprimente de um político megalómano que parou lá para meados de século XVIII eu diria «francamente deixa-te de exageros e utopias» no entanto o que é certo é o facto de a Humanidade estar a enfrentar um tempo conflituoso inseguro e inesperado que nos leva a questionar se Deus realmente descansou ao sétimo dia e deixou à Humanidade o direito de se desenrascar e evoluir por si e para si entretanto aqui no nosso rectângulo à beira-mar plantado discute-se o sexo dos anjos e quando lhe disserem que ter a maioria é meio caminho andado para um governo de vida regalada desiluda-se aqui para nós eles também se têm posto a jeito cada cavadela sua minhoca e os conflitos vão-se encavalitando uns nos outros e o que é importante essencial e pertinente dilui-se nestes tempos líquidos que parece que cada um de nós em vez de viver questiona-se se valerá a pena continuar por uma Humanidade mais equilibrada humana e sobretudo realmente solidária que se preocupe com a fome a seca a miséria as assimetrias do clima em vez de se preocupar cada qual com o seu umbigo e a satisfação material dos seus problemas privados alguns bem cabeludos e outros não tanto o que salva a honra do convento é há sempre um grupo de sonhadores plenos de esperança que se unem e insistem em partilhar as suas visões utópicas e ajudar cada um expressando-se à sua maneira no sentido de que reflectir manifestar e partilhar essa esperança num futuro melhor tanto há-de bater que tal como água mole em pedra dura tanto bate até que fura
Por isso leitor amigo esteja atento que alguns de nós sonhadores idealistas loucos utópicos estamos apostados em retomar a via dos nossos ancestrais – A VIA XVII – e transformá-la num espaço de integração da identidade e sobretudo do orgulho de pertença a um território único e que unirá à volta de uma causa comum sermos uma região que servirá de exemplo a muitas outras pois embora sejamos todos da Península Ibérica temos um passado comum cujo presente individualista e fragmentado já provou à sociedade que só reunidos seremos capazes de construir a solidariedade de um futuro aglutinador onde a entreajuda seja a palavra de toque ou a pedra filosofal? Eu acredito e vocês?!